17 de março de 2009

Por que escrevo???

As vezes me pergunto porque desse meu vício de transformar tudo em linhas, tanta aliteração, sinestesias, cesuras, metáforas...
Tão fácil lidar com as palavras e tão difícil vivê-las...
Como descrever em meias palavras o que não consigo compreender num todo?
Por que tantos poemas alexandrinos se é numa frase piega que me vem o sorriso?
Por que falar tanto de amor? Porque falar de amor me acalma a alma?
Por que frasear se eu podia simplificar? Se é na simplicidade que se faz o diferente...
Porque poetizar a dor ou patetar o amor? Porque a dor enobrece os fortes e sucumbi os tolos?
Por que as crises abstêmicas de palavras e os surtos poéticos de uma pseudo-escritora?
Por que os tragos parecem fertilizar minha criatividade?

Escrevo minhas crônicas sem a pretensão de que alguém as leia, ou menos ainda que alguém compreenda ou se identifique.
Escrevo pero puro prazer de escrever ou poder roteirizar a história da minha própria vida, onde sou a protagonista de uma autobiografia, com uma pitada de ficção.
Escrevo para fazer das minha mentiras, minhas meias verdade...
Escrevo para registrar, fantasiar, pra aliviar...

Não quero ser Nelson Rodrigues mas quero dramatizar...
Não quero ser Drumont mas quero poetizar...
Não quero ser Chico mas quero musicar...
Não quero ser Maysa mas quero melancolizar...
Não quero ser Camões mas quero falar de amor...
Não quero a métrica nem a rima, quero apenas escrever...

Kel Antunes - Simplesmente Kel

Um comentário:

  1. Tempos atrás você me mandou um e-mail pedindo para eu te descrever.

    Mesmo não possuindo o dom de transpor pensamentos e ideias em frases resolvi fazer, acreditando que seria como ir ao Mc Donald e comer um Big Mac. Ledo engano.

    Quando comecei me deparei com uma incógnita: Quem eu iria descrever? A Kelly que eu conheci ou aquela Kelly que eu fui na casa dela e conversei por várias vezes pelo MSN despois que ela tentou fugir de mim?

    Foi quando me dei conta que aquela Kel que eu tanto aconselhei quando ela precisava e me ligava ou pedia para eu ir até a sua casa; aquela que tanto recriminei quando errava; aquela que eu aplaudi de pé quando resolvia demonstrar a sua força não existia mais.

    Não consegui mais ver em teus olhos aquela Kelly. A Kel que aprendi a amar em todos os sentidos, imagináveis e inimagináveis.

    Aquela que amei como se ama um colega;
    Aquela que amei como se ama um amigo;
    Aquela que amei como se ama um primo;
    Aquela que amei como se ama um irmão;
    Aquela que amei como se ama uma alma gêmea;
    Aquela que amei como se ama uma mulher;
    Aquela que amei como se ama uma esposa;
    Aquela que amei como se ama uma amante;
    Aquela que amei como se ama uma santa, mas que se deseja como uma puta;
    Aquela que amei como se ama a mãe dos teus filhos;
    Aquela que amei como se ama a mãe que não poderia te dar filhos;

    Percebi que aquela Kelly, tão dependente de mim, não existia mais.

    Me sinto como um pai que perde seu único filho para a vida. Quero ajudar mas não posso mais interferir, pois o que podia fazer, já foi feito.

    Queria te colocar no colo e fazer chamego, mas você não necessita mais.

    Isso é bom? Isso é ruim? Na verdade são as duas coisas. Bom porque agora caminha com as suas próprias pernas. Péssimo porque não necessita mais de mim.

    Converso com você e não te reconheço. Olho em teus olhos e não reconheço mais aquela menina indefesa. E isso dói muito. Mas talvez você não me reconheça mais também.

    Mesmo assim sinto falta Kelly. Daquela Kelly que eu ligava e ela falava “Obrigado por ter ligado. Precisava apenas ouvir a sua voz”.

    Sinto falta de nossa ligação. De nossa amizade, que através dos tempos, foi uma metamorfose ambulante

    Mais uma vez o destino nos separa em mais uma transição de pensamentos e idéias, tanto sua como minha.

    E mais uma vez estamos nas mãos do destino que definirá quando nossos caminhos novamente se cruzarão, como aconteceu várias vezes e como vai acontecer outras vezes.

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